Trabalhando conteúdo em NY:
É bem verdade que tava fazendo -11ºc com sensação térmica de -17ºc e ventos de 33km por hora, climinha de colocar medo até em canadense, o que significa que andar na rua era impraticável, de modo que os museus ficaram lotados...mas isso não invalida o fato de que eu poderia ter passado todos os meus dias na Sacks, na Macys ou na Bloomingdales trabalhando forma, mas resolvi trabalhar o conteúdo tb!
Fomos no Museu do Brooklin, no Guggenheim, no Met e no Moma. Honestidade? Logo antes de entrar, pensei: putz, vai ser um saco. Horas olhando quadros na parede, aquela coisa clichê, muita pintura moderna abstrata ( = desenho do meu sobrinho de 7 não...nao, pior um pouco), minha mãe gastando 18 minutos em cada quadro, minha tia anotando dicas pro Museu do Jardim Botanico..aaa...cadê meu cocar???
Mas o que eu vi, na verdade, foram muitos Picassos, Modiglianis, Matisses, Klimt, Cezannes, Mondrians, Braques, Mirós, Monets,Dalis, ....No final, entrava numa sala e já apontava: - "aquele é um Miró", -"aquele é um Picasso", etc...Passei a identificar a assinatura de cada um, notando as diferenças de tendência ao longo da vida de cada artista, a influência que eles tiveram sobre cada movimento, e que cada movimento teve sobre eles. Saí de lá com uma sensação maravilhosa de que o mundo é enorme!!!
Você fica aqui no nosso Rio de Janeiro vila-de-uma-rua-só, e esquece como o mundo é grande...e quanto ele cria o tempo todo...e quanto cada criação alimenta a alma de quem vê....E agora já tenho uma super OPINIÃO sobre a arte de cada um deles. Nada muito profundo (sou economista, tem desconto?), mas também nada que o google não possa complementar.
Um passeio pela arte em NY, na minha ótica.
Braque e Picasso são assustadoramente parecidos, eu muitas vezes confundi as pinturas de ambos. Segundo Deus google, fundaram juntos o Cubismo. Matisse pinta feito uma criança, não curti...Sobre isso, minha cultíssima amiga Raquel (bonus points de amizade pra mim nessa, hein) disse que eu vi muito poucos e que os melhores estão na França.
(Abaixo, na ordem: Braque, Picasso e Matisse)
Cézanne tem muitos quadros de natureza morta, que eu abomino. Então, não é a minha praia. Mas segundo o Deus google, ele é considerado por Picasso e Matisse como "o pai de todos nós", fazendo a ponte entre o impressionismo e o cubismo.
Dubuffet é o xodó da minha mãe...ela sabia que o quadro ela dele sempre que ela tinha gostado MUITO do quadro...achei suas pinturas esquisitas, e não consegui traçar um perfil. Algumas eram bem interessantes,mas a maioria não achei.
Modigliani vê o mundo como todas as mulheres gostariam que ele fosse...todo espichado. Ele estica tudo em suas pinturas, todo mundo fica comprido e magrinho, um paraíso estético.
Dali, e Monet são adorados por todos (não são??), mas Klimt sempre foi e se manteve nessa viagem como meu preferido... Eu já curtia muito, mas deu pra aprender que ele teve fases, e todos os quadros dele que realmente balançam meus joelhos são do chamado "período dourado". Ele tinha uma amante de cabelos ruivos chamada Emilie, que ele retrata em "O Beijo" (ainda meu preferido, super conhecido) e em muitos outros. Sobre isso, minha amiga Raquel (supramencionada) disse que eu só gosto dele porque ele é romântico. Vou destituí-la do título de culta como repressão. Depois disso ele entra numa fase erótica que eu desconhecia e que achei totalmente assustadora. (Abaixo, "O Beijo")
Falando em amante, a história mais interessante é a de Picasso, que também tinha uma amante de, pasmem, 17 anos!!! (isso tá na moda ó....lá se vão séculos). Ele a levou pra cama quando ela tinha 18 e ele 46. Ficaram juntos, se vendo ao menos uma vez por semana, durante VINTE E SEIS ANOS. E quem quer que estivesse com ele oficialmente (que nunca foi ela) tinha que aceitar as visitas. Eles inclusive tiveram uma filha, a quem ele nunca reconheceu.
Essa amante aparece em muitas das pinturas dele, assim como muitas das que se seguiram. Quase nenhuma delas sobreviveu ao amor com Picasso. Eva, seu primeiro grande amor, morreu de tuberculose aos 3 anos de relacionamento, deixando Picasso muito mal. Olga, sua primeira e única esposa, morreu de câncer em 1955. A amante adolescente (as outras nem eram muito menos adolescentes, mas enfim) se sucicidou 4 anos depois da morte dele. Dora, uma das últimas amantes, que passou com ele os anos mais difícieis da vida artística dele, enlouqueceu e foi internada ao ser trocada por uma menina de 21 anos (ele tinha 62) a quem ele conheceu num restaurante em que jantava com ela.O nome dela era Françoise.Dez anos depois, ela o largou. Foi a única. Jaqueline foi a última mulher, a quem ele conheceu enquanto estava com Françoise, como era de se esperar. Ela tinha 26, ele 71, e ficaram juntos até a morte dele. Conta a história que ela o venerava. E se matou com um tiro na cabeça.
(Indagações relevantes: todas as musas de Picasso eram lindas e muito jovens. Todas amantes, já que ele defendia o amor livre (= livre pra ele comer quem quiser. Elas foram todas completamente loucas por ele, ficavam malucas, completamente obcecadas (muitos suicídios e internações)...Por quê?? Será que Picasso tinha um Picasso?? Eu não deveria estar pensando essas coisas dentro do Moma...pensar besteira em dólar é caro)
Havia também exposições modernas..não consigo compreender como artes a maior parte das esculturas modernas. Um sapato colado com a sola no outro. Isso é arte? Não compreendo, sou retrógrada e tapada. Dentre os modernosos, adoro La Chapelle (fotógrafo), Andy Warhol e Tim Burton (que está expondo atualmente no Moma).
Saí de lá no ponto pra passar muito tempo trabalhando a forma....
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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Amiga, eu teria feito o mesmo. Realmente sou muito desligada de moda, até gostaria de ser mais ligada, não sou muito consumista, tb gostaria de ser e poder ser mais. No entanto, ter a oportunidade que vc teve, isso sim é impagável. Pode parecer chato, pode parecer pedante, mas eu adoro museu (de qualidade, claro). beijos
ResponderExcluirHahahaha
ResponderExcluirBonus anotado, cherie. haha
Olha, pensando bem...Eu acho que gosto do Matisse pq vi outro dia em algum lugar, nao sei se foi na Tv ou se foi no final de alguma exposicao* etc etc, um documentario do Matisse velhinho, morando numa casa no interior da França, de maos dadas com a mulher dele, velhinha que só, e ele dizia, sei lá, coisas super fofas, tipo "eu faço arte porque a vida é bonita e pra deixar as pessoas felizes" etc etc, e dizia que só era feliz porque estava com a velhinha ha, sei la, 60 anos. Eu realmente não me lembro do que ele falou especificamente mas me lembro de ter ficado com os olhos molhaditos.
Entonces, pronto, fui te zoar que você gostava de Klimt porque ele era romantico mas, voilà, acho que também sou romântica a minha maneira e à do Matisse.
Será?
haha
ps*: viva o google, acho que o documentario se chama "Le talent de bonheur", que, traduzindo, é tipo "o talento pra felicidade". (Inveja branca de ter essa talento...)
Sensacional amiga!!! Explosão de cores e formas tão estranhas aos nossos olhos, mas encantadoras.
ResponderExcluirQuero muito ter essa experiência também, ainda conheço muito pouco sobre arte... mas amo de paixão Matisse, Picasso, Dali...
Deixo aqui meu apelo: Levem suas crianças ao Museu!
A arte deve ser introduzida desde cedo para fazer parte dos nosso portfólio de registros visuais, expandir a criatividade, etc.
Aqui no Brasil, isso é muito pouco explorado.
Ah! Fazer compritchas é SEEEEMPRE maravilhoso também.... ADOOOORO!
Mega beijo ;-)
Melhor parte daquela cidade são os museus! pena que não tive tempo de ficar tanto quanto queria.
ResponderExcluirE nem são tão caros.
E boa parte dessas coisas eu aprendi na escola. Tive aula de apreciação estética no ensino médio.
E eu fui de graça ao MOMA! Podia pensar besteira de graça.
Agora já pode começar a ir aos museus brasileiros também. Temos coisas bem legais.
Bruno, vc é economista, tem que pensar no custo de oportunidade! Mesmo entrando de graça no Moma, o custo de oportunidade em dolar é mais caro! rs
ResponderExcluirJá reparou que na casa do Zé Mayer, em cima da escada tem um quadro gigante do Beijo do Klimt ?
ResponderExcluirNovela também é cultura :)